segunda-feira, 1 de maio de 2017

Transformando pedras em pães


Conta-se que Frei Bartolomeu dos Mártires viveu para servir. Era português, da cidade de Braga.

Certa feita, na comunidade em que oferecia do seu trabalho, resolveram construir uma catedral monumental. Um templo de grandes proporções, que pudesse abrigar multidões.
Para isso, os nobres se reuniram e acertaram de, anualmente, contribuírem com elevadas somas.
Começou a construção. Ergueram-se as colunas, as paredes, chegou-se ao teto.
Foi então que Frei Bartolomeu percebeu que uma crise havia chegado ao país, atingindo o povo. Os menos favorecidos lutavam contra a fome, a miséria, as doenças.

Como chefe daquela comunidade religiosa, ele tinha à sua disposição todo aquele dinheiro arrecadado, cuja administração lhe competia. Especialmente, é claro, para a construção da catedral.
Naquele ano, ele deixou a catedral parada. Ela tinha teto, pensou. Podia esperar.
Os nobres, no entanto, prosseguiram a entregar elevadas somas. No segundo ano, a construção continuou parada. Também no terceiro, no quarto, no quinto.
Dez anos depois, a catedral estava do mesmo jeito. Nada de ficar pronta.
Embora confiassem em Frei Bartolomeu, os nobres se reuniram, organizaram uma comissão e seis deles foram conversar com o Frei.

Amigo de todos, ele os recebeu fraternalmente e os escutou. Por fim, respondeu:
De acordo com a minha contabilidade, há mais de duas mil famílias em necessidade. Como pai espiritual de todas elas, não posso permitir que meus filhos passem fome. Tudo tem sido gasto com a nossa própria gente.

Um deles disse: Mas Frei, está certo que o senhor ajude essas criaturas. Poderia retirar uma pequena percentagem da soma que lhe entregamos.
O velho Frei suspirou, ergueu os ombros, uniu as mãos e respondeu:
Os senhores me fazem uma proposta muito curiosa. Vejam bem. Lê-se no Evangelho que Jesus no deserto foi convidado a transformar pedras em pães.
Os senhores, entretanto, estão me pedindo justamente o contrário: que eu transforme pães em pedras.
* * *
Tinha razão o pastor daquelas almas. A vida humana nos merece todo respeito.
Em se falando sobre direito, o primeiro de toda criatura é o de viver.
Portanto, alimentar corpos, prover as necessidades básicas dos nossos irmãos se constitui não em caridade mas em dever de irmão para com seu irmão.
* * *
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.
No que diz respeito à caridade, o Mestre de Nazaré não se limita a recomendá-la. Ele a coloca claramente como condição absoluta da felicidade:
Vinde, benditos de meu pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.

Porque tive fome, e me destes de comer. Tive sede, e me destes de beber. Era estrangeiro, e me hospedastes.
Estava nu, e me vestistes. Adoeci, e me visitastes. Estive na prisão, e me fostes ver.
Em verdade vos digo que quando o fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
E sintetizando a lição, recomendou: Amai-vos uns aos outros. Praticai o bem sem ostentação. Fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem.

Redação do Momento Espírita, com transcrição do
Evangelho de Mateus, cap. 25, versículos 34 a 36 e 40.
Em 1º.5.2017.
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