domingo, 10 de dezembro de 2017

Orar, assim como ser grato, faz bem a todos

A gratidão é citada no Espiritismo como um dos objetivos das orações que todos nós fazemos – ou deveríamos fazer – diariamente.
Segundo a questão 659 d´O Livro dos Espíritos, três coisas podemos fazer por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
Louvar é reconhecer e enaltecer a Deus por tudo o que Ele criou. Significa aceitar com alegria tudo o que nos rodeia, o que, no tocante à participação do Senhor em nossa vida, é sempre justo, equilibrado e perfeito.

Exemplo de prece de louvor é o conhecido Salmo 23 de Davi:

O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias. (Salmos, 23:1-6.)

Pedir é o que mais fazemos em nossas preces. São do tipo robusto os cadernos em que anotamos, na Casa Espírita, os nomes das pessoas que recorrem aos Benfeitores Espirituais. E eles logo ficam cheios, requerendo pronta substituição.
O terceiro tipo – preces de agradecimento – é, no entanto, pouco lembrado pelas pessoas, que perdem com isso ótima oportunidade de exercitar o sentimento de gratidão, por ignorar, certamente, seus imensos benefícios.

Ocorre aqui algo que, até bem pouco tempo, se verificava com relação ao perdão e seus positivos resultados, que não são apenas de natureza moral, mas também de natureza física, porquanto a pessoa que perdoa vive melhor e é mais resistente às enfermidades.
As preces são muito mais importantes em nossa vida do que possamos imaginar, seja qual for a sua finalidade – louvar, pedir ou agradecer.

Nas questões 658 a 666 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, os instrutores da espiritualidade fizeram revelações importantes a respeito da prece.
Eis, de modo resumido, o que eles nos ensinam:

a.) A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração. É, assim, preferível ao Senhor a prece vinda do íntimo à oração lida, por mais bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração.

b.) A prece é um ato de adoração, com o qual podemos propor-nos três coisas: louvar, pedir, agradecer.

c.) A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.

d.) O essencial não é orar muito, mas orar bem. Existem, porém, pessoas que supõem, de modo equivocado, que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Tais criaturas fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca um estudo de si mesmas.

e.) Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão mudando de proceder, porquanto as boas ações são a melhor prece e os atos valem mais que as palavras.

f.) As provas por que passamos estão nas mãos de Deus e há algumas que têm de ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos, que nos dão a força de suportá-las corajosamente.

g.) A prece nunca é inútil quando bem feita, porque fortalece aquele que ora. Claro que a prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem oramos experimenta alívio e sente sempre um refrigério quando encontra pessoas caridosas que se compadecem de suas dores.
Joanna de Ângelis, que é, segundo pensamos, quem melhor tratou do tema até hoje, afirma que o ato de orar com fervor, com confiança e fé, é importante por si mesmo, independentemente da resposta que a oração terá. Ao orar, diz Joanna, a pessoa se põe em contato com as forças superiores que regem a vida e com isso se vitaliza.

Esse é certamente o motivo pelo qual pesquisas recentes na área médica vêm comprovando o valor da prece e da religião nos processos terapêuticos e imunológicos.

Editorial-O Consolador
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